Capitulo 110

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Chegamos a Mato Grosso do Sul por volta das duas da tarde, Luan reclamava o caminho todo que estava morrendo de fome e comeria um boi naquela hora, me fazendo rir.

Marquinho nos pegou no aeroporto com uma S10 que Luan tinha na cidade para quando viesse até ali.

- Fala Boi – Marquinho abraçou Luan e depois a mim cumprimentando com um beijo.

- Tudo certo por aqui?

- Tudo na paz, ce vai curtir o lugar boi. Eu e o Douglas já fomos curtir ontem alguns lugares.

- Beleza cara, mai vamo logo em algum lugar comer que eu to varado de fome cara, num guento mais – Falava exasperado, nós rimos.

- É um mamute memo – Luan deu um pedala nele. Fomos o caminho todo rindo das piadas e das brincadeiras dos dois.

Marquinhos parou em um restaurante calmo dali e segundo meu namorado era um dos melhores da região. Como já era de se esperar pelo horário não havia quase ninguém ali e foi bem tranquilo para almoçarmos, já que Luan estava sem segurança.

- Pô cara se der tempo quero ir visitar meu tio Klébão, pescar com ele e meus tios. To com saudades – Luan disse a nós depois de desligar o celular. Falava com seu Tio Max que estava chegando na cidade também.

- Fecho cara – Marquinhos concordou.

- Cê vai conhecer o resto da família Mô, meu tio é irmão da minha mãe e do macaco, são gente boa  – Apenas assenti e comia em silêncio vendo o quanto ele tava feliz de poder estar no anonimato mesmo que por alguns minutos e o sorriso que não sai de seu rosto me levando a fazer o mesmo. Seu amigo de infância ali em nossa frente relembrando os tempos de meninos deles e o quanto eles aprontavam mil e uma. Tirando-me algumas gargalhadas.

Depois de comermos meu namorado sossegou e estava farto como dizia ele, de bucho cheio. Partimos então para a pousada, ou melhor, os chalés que os meninos haviam alugado pra esse fim de semana.

- Amor, esse é o Douglas que você já conhece e essa é a namorada dele Jujuba, ops Julia – Cumprimentei os dois e enquanto os meninos subiam com as malas, Julia foi me mostrando o lugar que apesar de simples era bem aconchegante e exalava o cheiro da natureza, da forma que eu e Luan amamos. Ela era simpática e bastante tímida, mas me senti confortável com ela. Talvez por eu ser ou ter sido assim um dia.

- Faz tempo que você namora o Douglas?

- Faz uns três anos mais ou menos – Ela disse enquanto nos sentávamos em um banco perto do play ground.

- É que quando eu o conheci você não tava pensei que fosse a pouco tempo– Respondi sem graça.

- Imagina, é que eu trabalho e estudo ai fica complicado sempre ta podendo viajar com ele. Viajo mais quando é próximo daqui do estado.

- Entendi – Sorri. Ficamos conversando sobre varias coisas e ela me perguntava como era lidar com um namoro de um famoso.

- É bastante complicado, mais a gente tem que aguentar. Às vezes o ciúme fala mais alto e acaba causando briga entre a gente mais eu procuro sempre me controlar.

- Eu imagino que não deva ser nada legal ver fotos do seu namorado com uma mulher quase o comendo – Ela riu e eu também – Vejo muito as fotos de Luan com essas que pagam de fãs e são na verdade Maria microfones – Eu ri concordando – Eu tenho medo de não suportar quando Douglas começar a ser mais assediado que já é – Abaixou a cabeça triste.

- Olha não é fácil, mais a confiança tem que vir em primeiro lugar. Você tem que confiar no amor dele por você acima de tudo.

- Eu confio nele, demais, mais não confio nessas Marias não – Nós rimos.

- Já briguei muito com Luan por causa dessas Marias – Usei seu “apelido” e ri – Mas ele fica todo constrangido quando elas aparecem, porque elas dão em cima na cara de pau mesmo não importa se o Papa tiver ali dentro do camarim que elas falam mesmo. Quantas vezes de o Rober me contar as saias justas que ele passa pra tirar essas oferecidas dali.E quantas e quantas vezes eu mesma já presenciei – Bufei

- Não sei se eu tenho sangue frio pra aguentar – Me olhou amedrontada e eu ri.

- Calma que não é um bicho de sete cabeças – ela riu – Mas é a confiança que vai predominar, no começo é difícil mais depois você começa a relaxar e para de pensar bobeira – Encerramos o assunto quando os meninos chegavam e rimos juntas por trocarmos o assunto depressa.

- Que ceis tanto riem ai? - Meu namorado chegou já sentando em meu colo e Douglas fez o mesmo no colo de Julia já que Marquinhos sentou em nosso meio quase se jogando em cima de nós.

- Nada, estávamos conversando coisas de mulher – Sorri fechado pra ele.

- Tavam tricotando certeza – Marquinhos revirou os olhos.

- Ta entendido das coisa então boi?

- Tá me estranhando Luanzera? - O olhou assustado.

- Uai ce que ta falando as coisa.

- Sou macho cara sai pra lá.

- Sei não hein? Acho que esse pitbull é lassie – Rimos.

- E ae vamo ou não vamo curtir esse lugar? - Douglas perguntou.

- Na hora cara, que ceis já fizeram aqui?

- Nada ainda, só conhecemos o lugar e reservamos um guia turístico pra gente conhecer tudo. Aqui a gente só pode conhecer as grutas, represas e as trilhas que tem lá se tiverem com guia.

- Po cara esse lugar deve ser o paraíso então. Amanha cedinho nóis vai começar a explorar esse – Luan se mostrava mais empolgado que todo mundo. – Mais agora nóis pode usar aquela churrasqueira e fazer aquele churras do bão.

- Meu Deus você acabou de comer um enorme prato de pequi e está querendo mais? pra onde vai tudo isso – O olhei indignada e todos riram.

- Uai tem que manter o corpinho muié. Minha mãe ensinou que tem que comer bastante pra ficar fortinho – Bateu nos músculos do braço e eu revirei os olhos.

- Manter a forma de elefante só se for né – Marquinhos ganhou um pedala logo depois da fala.

Passamos a tarde conversando animadamente ali e quando o sol começou a se por entramos e começamos a nos arrumar pra ir ao mercado. Primeiro foi Julia, depois eu e depois Luan que demorou horas.

- O noiva vai acabar com toda a água do planeta? ainda tem mais dois na fila pra tomar banho – Douglas gritou da porta, Só havia um banheiro ali pra cinco usarem, seria um problema, pois meu namorado demora mais que mulher.

- Pronto macaco – Deu um pedala nele e saiu do banheiro já vestido com a calça e secava os cabelos.

- Sua camisa ta em cima da cama e tem boné e toca também, não sei qual você vai querer – Ele assentiu e me deu um selinho agradecendo.

Chegamos ao mercado mais afastado e calmo do lugar, foi tranquilo para Luan apesar de algumas pessoas o abordarem e ele prontamente se pôs a tirar algumas fotos com elas.

- Rapaiz hoje nóis trinca o caneco com esse tanto de bebida – balbuciou depois de colocar todas as compras no carro.

- Se ficar bêbado vai dormir no quintal – O olhei de canto e a galera começou a zoar, olhou rindo pros meninos e voltou a dirigir.

- Rapaiz vou nem abusar porque vai que ela faz isso memo, não duvido – Me olhou  atravessado rindo.

- É boi cê ta sem moral – Douglas debateu.

- Isso vale pra você também – Julia o rebateu e nós rimos.

- Seis tão tudo sem moral – Marquinho deu pedala no amigo. Todos rimos.