terça-feira, 17 de março de 2015

Capitulo 103

- Andamos, andamos e não encontrei nada que ele possa gostar – Murmurei decepcionada – É difícil dar alguma coisa pra quem já tem tudo.
- Calma que eu sei onde podemos ir e achar alguma coisa que ele vai amar – Sorriu misteriosa e me puxou pela mão.
- Uma loja de variedades?!
- Calma que você já vê – Entramos pelos corredores da loja e paramos em frente a artigos de churrasqueira. – Que tal? - Apontou uma maleta de kit churrasco vermelha – Tenho certeza que ele vai amar.
- Será? - Perguntei duvidosa, porém ela me garantiu que sim e me puxou depois de pegar o kit e fomos até o caixa. Andamos por todo o shopping e paramos em frente a uma relojoaria e me encantei por um relógio achando a cara dele e fiz ela entrar comigo.
- Meu Deus meu irmão não merece isso tudo não – Resmungou cansada
- Coitado Bru lógico que merece, só por me aguentar ele merece até o óscar.
- Deveria ser ao contrario – Revirei os olhos rindo. Quando estávamos próximas do elevador pra irmos ao estacionamento ela me puxa.
- Vamos aqui rapidinho – Entramos na loja
- Bruna, não inventa – Balbuciei vendo o que ela estava pensando em fazer.
- Ele vai pirar se te ver numa dessa – Ela ria.
- Nunca que eu vou levar isso, vem vamos embora – Tentei a puxar, em vão.
- Não sem antes você experimentar – Me puxou pra dentro do vestiário mesmo a contragosto. – Veste que eu quero ver como fica.
- Nem a pau que eu te mostro – Resmunguei brava.
- Vai mostrar sim tudo que você tem eu tenho então não tem porque ter vergonha.
- Bruna isso aqui é minúsculo não cobre nada – Resmunguei.
- Deve ser essa a intenção – Revirei os olhos e abri somente uma fresta da porta, porém a nada delicada da minha cunhada escancarou a mesma e sorriu contente.
- Dessa vez se meu irmão não enfartar não enfarta mais – Ela riu – Está lindo em você e vamos levar porque meu irmão merece um atrativo – Ela examinou as unhas com cara de nojo. Eu ri.
- Quem disse mesmo que o irmão não merecia tanto presente?
- Esse presente é prazer do casal então não conta – Deu ênfase no casal.
Peguei meio a contragosto aquele pedaço minúsculo de lingerie e fomos ao caixa, Bruna acrescentou mais alguns produtos e eu queria a matar por me fazer pagar um mico dessa altura. Chegamos ao estacionamento em fim e joguei as chaves pra ela ir dirigindo enquanto atendia seu irmão no telefone.
- Posso saber o que a Senhorita está fazendo numa loja de peças intimas? - Sua voz soou um tanto quanto felina.
- Co...como você... Você ta me seguindo? -Senti meu rosto pegar fogo e olhava para todos os cantos antes de entrar no carro. Ele gargalhava.
- Eu não muié, acabei de ver foto sua entrando – Fechei os olhos encostando a cabeça no banco. – Mas sei que vem coisa quente por ai e mal posso esperar pra ver.
- Rafa, a gente conversa quando eu chegar, beijo – Desliguei antes dele falar alguma coisa e respirei fundo – Seu irmão sabe que a gente entrou na loja – Disparei a falar pra sininho – Vou morrer de vergonha em rede nacional agora.
- (risos) Calma Cunha, não tem nada demais entrar numa loja de peças intimas tem?
- Pra mim tem e não ria que eu não sei onde vou enfiar a cara agora.
- Credo você é muito careta isso é a coisa mais normal do mundo. – Revirou os olhos
- Não pra mim – Bufei e pedi a Deus em pensamento que isso não se repercutisse ou que minha mãe não visse. Poderia ser uma loja de lingerie normal se ali não estivessem estampadas fantasias e sintas ligas nas vitrines. Apesar de eu ter comprado uma lingerie apenas, ela não era assim tão simples e nem tão comportada, tentei afastar os pensamentos quando chegamos e meu namorado nos esperava na porta com um sorriso safado de um puro cafajeste. Quase no mesmo instante dei marcha ré e voltei para o carro.
- Eita que esse fim de semana promete hein branquela?! – sussurrou com ar cafajeste em meu ouvido quando me abraçou por trás. Corei na mesma hora e desejei não ter entrado naquela loja.
- Para de graça – O olhei brava
- Cê não sabe a repercussão que deu cê dentro daquela loja – Ele segurava o riso.
- Não enche – Esbravejei e subi correndo as escadas seguindo para seu quarto, ele veio logo atrás.
- Deixa eu ver que cê comprou – Tomou as sacolas de minha mão e agradeci por minha cunhada ter levado os presentes com ela pra seu quarto.
Enquanto ele bisbilhotava as coisas segui para o banheiro e tomei um banho morno deixando toda a vergonha ir embora para o ralo, eu não sabia explicar o motivo de tanta vergonha por uma simples loja de lingerie. Talvez seja por eu nunca ter feito coisas assim antes, nunca usei lingerie provocante e a maioria das minhas lingeries era da Victoria que eu recebia por já ter estampado a marca e nem todas eram provocantes.
- To achando que eu vou querer experimentar esse lingerie antes do tempo – Examinava em mãos enquanto eu passava creme no corpo.
- Nem vou te falar nada – Bufei.
- Qual é branquela porque tanta irritação? Coisa mais normal do mundo a muié querer agradar o namorado com essas peças minúsculas e seduzentes – Mexeu as sobrancelhas
- Sedutoras Luan – Corrigi.
- Que seja, mais que são deliciosas são. Imagino esse pedaço de pecado nesse seu corpo que é ainda mais pecador.?!
- Já te mandaram pra puta que pariu hoje? - Ele gargalhou depois de me olhar assustado, talvez por nunca ter me ouvido falar besteira.
- Eita que sua convivência com a minha irmã tá te deixando boca suja hein? E bem safada também. Porém esse lado eu to amando viu? - Me abraçou por trás enquanto eu penteava os cabelos.

Desci com ele pra comermos e seu pai e cunhado já estavam bebendo enquanto olhava a churrasqueira, minha sogra estava na cozinha e minha cunhada não havia descido ainda. Passamos a noite conversando em família e deliciando com o churrasco divino de meu sogro. Despedimo-nos quando o sono dominou completamente nossos corpos e subimos abraçados.
- Que horas vamos sair amanha? - Perguntei quando já estávamos deitados em sua cama.
- Lá pelas nove – Colocou o alarme em seu celular e após me dar um beijo de boa noite se aconchegou ao meu corpo de conchinha e caímos no sono.
Quando chegamos ao aeroporto de alguma cidade, ainda no bicuço Luan me entregou um tapa olhos e me fez colocar.
- Sério que precisa disso?
- Sim, faz parte da surpresa e não estrague. Alias feliz um ano de namoro meu amor – Me beijou retirando todo o ar de meus pulmões e depois de recuperada me beijou mais uma vez – Eu amo você com todas as minhas forças – Eu agora o beijei e abracei o mais forte possível.
- Eu te amo muito mais meu príncipe – Ele sorriu e me fez colocar a venda antes de descermos.
Percebi que ele conversava com alguém enquanto me guiava pra fora do aeroporto. Me fez entrar em um carro possivelmente alugado. Ele estava no volante.
- Preparada? - Apertou minha mão.
- Acho que sim.
- confia em mim?

- De olhos fechados – Ele riu e beijou minha mão dando partida no carro.

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