Passei o dia todo trancado no quarto, não queria comer nem
falar com ninguém apenas queria viver a minha dor no meu canto sem ninguém me
atazanando. Peguei minhas canções sem terminar para meu novo DVD e decidi
tentar me ocupar com o que mais amo fazer, Cantar. Transmitindo toda dor e com
o pensamento nela consegui escrever, uma musica pra ela. Mandei a letra para
meu produtor e pedi que desse sua opinião e voltei ao meu mundo. Jogado na cama
e com o pensamento nela. Quando a noite caiu decidi dar uma volta, precisava
espairecer e pensar em qualquer coisa que não fosse ela, caminhei pelas ruas de
são Paulo em uma velocidade extremamente exagerada e descontei todo meu
sofrimento naquela noite iluminada. Dirigi sem rumo por horas e quando me vi
estava estacionado em frente seu prédio, pensei em subir até a casa de Rober
mais pelo horário seu filho já devia estar dormindo e não queria o acordar.
Segui então até o bar de um amigo nosso ali por perto e sempre íamos tomar uns
drinques lá, por estar sem segurança preferi ali mesmo porque era tranquilo e eu
não correria o risco de ser assediado. Cumprimentei o bar tender e me sentei no
banco em frente ao balcão, pedi o de sempre e deixei minha mente vagar em todos
os momentos que vivemos.
- Pode encher -
apontei o copo de whisky vazio pela terceira vez. Só percebi que a bebida fazia
efeito quando olhei ao meu lado quando tocaram meu ombro e vi três Robers a
minha frente.
- Cara vamo pra casa, cê já bebeu demais. É o sexto copo, já chega. - Tentou tirar de minha mão.
- Me deixa testa eu to bem.
- Não ta bem, você ta bêbado falando todo embolado – Tomei o
ultimo gole e pedi mais – Chega, vamo embora cara. – Me levantou e eu me soltei
dele sentando de novo e vendo tudo rodar. Fechei os olhos e parecia não passar.
Rober grudou em meu braço passando por seu pescoço e me
arrastou até meu carro me fazendo entrar no carona.
- Não testa eu dirijo – Tentei pegar a chave de sua mão
- Não boi cê ta bêbado eu vou dirigir, entra logo.
- Cara eu quero a minha Loira – Choramingava para meu amigo –
Eu não sei ficar sem ela cara, eu quero ela de volta cara. Faz ela me perdoar.
- Se eu pudesse já teria feito isso pode apostar.
(...)
Acordei e minha cabeça ia explodir, um gosto amargo na boca
e uma ânsia que me fez levantar correndo da cama e despejar meu estomago ali
naquele vaso. Respirei fundo até a ânsia passar e tomei um banho frio. Desci e
somente minha irmã estava na cozinha comendo um pedaço de torta.
- Bom dia bebum – Zombou e eu fiz careta – Sorte a sua dos
pais terem ido pra Campo Grande senão você tava ferrado.
- Cara minha cabeça vai explodir e minha boca tá com gosto
de cabo de guarda chuva – Resmunguei sentando no balcão ao seu lado e colocando
a mão na cabeça a segurando.
- Bebe mais que sara.
- Não enche piroca.
- Que ta acontecendo com você irmão? Você nunca foi de beber
assim. – Me olhou preocupada.
- Sempre bebi assim – Dei de ombros.
- Nunca te vi no estado que vi ontem. Até banho o Rober te
deu, sério você ta se acabando a toa.
- Testa me deu banho? - Arregalei os olhos, ela assentiu –
Que vergonha cara – Tapei o rosto.
- Vergonha foi você ficar no estado que ficou, nunca te vi
chorar como chorou ontem.
- Cara só devo ter feito merda ontem, pior que eu nem me
lembro de nada – Ela me contou tudo que eu havia aprontado e desejei não ter
feito nada daquilo.
Passei a tarde toda deitado e pensando em tudo que estava
acontecendo. Eu nunca havia chorado nem ficado nesse estado por mulher nenhuma
na vida e nem nunca pensei em ser assim. Talvez por eu nunca ter amado tanto
uma pessoa como eu essa mulher que eu tive a proeza de magoar por uma coisa tão
idiota, tão sem necessidade que me fez a perder talvez para sempre.
- Alô terra chamando – Roberval gritou em minha frente e
minha cabeça latejou.
- Porra Testa vai gritar no ouvido da mãe – Gritei com ele e
minha cabeça latejou de novo.
- Ta ai no mundo da lua cara, tava te chamando faz tempo e
você não ouvia tive de apelar. Foi mal ai pinguço – Se jogou na minha cama.
- Além de inconveniente é folgado – Resmunguei.
- Você deveria era me agradecer por ter te ajudado ontem,
até banho tive que dar – Fez careta
- Porra cara desculpa por ontem, não lembro nada do que eu fiz.
- Cê bebeu além da conta e o Alex me ligou falando que você
tava lá e tinha bebido além da conta, ai te trouxe pra casa resmungando porque
a Carol não te queria mais e se você era tão feio assim pra ela te descartar e
blá blá blá e quando chegou aqui começou a chorar pra Bruna e nós te colocamos
no banheiro na água fria – Não deixei ele continuar.
- Tá não quero mais saber – Fiz careta – Vou esquecer essa
mulher duma vez, eu nunca fiz isso na vida. Não vou sofrer atoa se ela não me
quer eu vou esquecer – Falei decidido.
- Cara qual é, você sabe bem que não é isso que você quer.
Para de se torturar e vai logo atrás dela, faz o que for pra ter ela de volta
vocês se amam.
- Ela não me quer testa não vou me rastejar, não sou disso.
Nunca precisei ser assim com mulher nenhuma.
- Mas com ela ta sendo porque você ta amando de verdade e
não é vergonha nenhuma correr atrás de quem realmente se ama. Cara vai pro rio
e tenta mais uma vez se ela não te quiser depois disso ai você desiste porque
ela realmente não te quer mais.
- Ela ainda ta no Rio?
- Tá, ela ligou pra Tati ontem e vai ficar mais uns dias.
Sua mãe volta ou já voltou hoje e ela só no fim de semana.
Passei a tarde conversando com meu compadre, mas sempre com
o pensamento nela, com ela. Eu a queria a todo custo mais o medo de levar outro
fora e sofrer ainda mais me tomava. Desci pra comer alguma coisa depois que
Rober se foi e pelo visto estava sozinho
em casa, Bruna devia estar na faculdade ainda. Peguei apenas um pedaço de torta
que havia na geladeira e sentei para comer.
- Oi – Bruna chegou depois de um tempo e me deu um beijo.
- Oi – Devorava meu terceiro pedaço de torta.
- Tá tudo bem?
- Tudo porque?
- Não sei você ta diferente de mais cedo.
- To normal – Dei de ombros.
- Normal não porque isso você nunca foi – Ela riu
- HÁ HÁ HÁ – ironizei – Palhacinha – Baguncei seu cabelo,
sabia que ela odiava.
- Tá ótimo pelo jeito né, até fazendo graça tá. – Dei de
ombros
- Tenho que esquecer ela.
- Não tem e não quer fazer isso. Você ama ela e tudo que
mais quer é a ter nos braços de novo, você errou e todo mundo erra, não há ser
humano no mundo que nunca tenha errado. Vocês são o meu casal preferido e sei
que mais cedo ou mais tarde vão se acertar, só estão magoados um com o outro. Mas
sei que tudo vai se acertar..
- Você não é a primeira pessoa que me diz isso, eu queria
ter a certeza e confiança que vocês tem – suspirei – Tem horas que a dor é tão
forte que me da vontade de sair correndo até onde ela ta e a grudar pra nunca
mais soltar, mas ao mesmo tempo a insegurança bate e o medo de meter os pés
pelas mãos e a afastar ainda mais de mim me assombra. Eu to confuso, com medo,
inseguro.
- Ela só precisa de um tempo Pi, mais ela vai voltar. Ela te
ama.
- Eu não sei se consigo esperar, eu quero agir mas também
não quero. Já corri atrás e ela me rejeitou.
- Não se desespere, espera que Deus vai tomar conta de tudo
e vai dar tudo certo – Ela me abraçou antes de se levantar – Quero que fique
bem independente do que aconteça.
- Quer saber?- Ela me olhou – eu não vou ficar aqui me
lamentando, vou agir e seja o que Deus quiser – Saltei do banco e corri até meu quarto ouvindo ela me
gritar.
Enquanto seguia apressado pro aeroporto fiz tudo para que
minha ideia desse certo, liguei pra quem foi preciso e corri, pois meu voo
estava pra sair. Iria sozinho num voo particular torcendo pra não dar nada
errado e minha assessora cair em cima de mim depois. Informei-me na pousada assim
que cheguei e um camareiro me mostrou pra onde ela havia ido e inclusive me
ajudou na surpresa. O dei uma gorjeta
boa e segui com meu plano assim que ele voltou para a pousada.
" E agora, Luan meteu os pés pelas mãos e foi atrás da amada mais uma vez. Será que Dessa vez Carol o perdoa? Vamos cruzar os dedinhos rsrs Daqui a pouco tem mais um :*"
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