Na manhã seguinte acordei com um peso
sobre minhas costas. Luan havia jogado suas pernas e braços em cima de mim, me
movi lentamente tirando todo seu corpo de cima e segui para o banheiro. Depois
de me arrumar com um shorts jeans e uma regata segui para a cozinha.
- Bom dia Cidoca, Bom dia Vida –
Cumprimentei as duas e me sentei na mesa em frente a Regina
- Bom dia polenguinha, cade o pinguço
- Dormindo ainda. To uma fera com ele
– Respondi enquanto passava manteiga no pão e enchia uma xícara de chá.
- Já prepara o remédio que a ressaca
vai ser brava – Riu.
- Que vergonha, papelão dele beber
tanto assim na frente dos amigos
- Para de falar de boca cheia
criançona, ta andando demais com Luan e ficou afetada – Me deu um pedala e
mostrei a língua – Eu acho que quem deveria ter vergonha é ele e não você. Ele
que bebeu além da conta por ciúmes e não você.
- Não entendo porque, custava ele ter
vindo falar comigo? Ele me largou a festa inteira e o Leandro apenas veio me
desejar felicidades e um pedido de desculpas ué – Dei de ombros – Não tinha
necessidade dele beber daquele jeito por isso.
- Eu concordo – Guto disse entrando na
cozinha nos assustando – Bom dia!
- Vai assustar a vó – Joguei um pano
de prato nele – Bom Dia!
- Pelo visto o cachaceiro tá dormindo
ainda né?! Deixa só eu acabar de comer que eu vou lá acordar aquele preguiçoso.
- Deixa ele lá, não tá morto, tá bom.
Tô irada com ele, quero nem ver o rosto dele agora – Esbravejei.
- Ele é quem deveria estar bravo com
você, eu no lugar dele ficaria e muito. E que isso sirva de lição pra você
ouviu dona Regina? - Apontou o dedo em seu rosto
- Oxi mais você mesmo chegou
concordando com ela e agora tá dizendo que ele é que tem de ficar bravo? Decida-se amor, e lição do que ? Volte a dormir Guto cê tá chapado também – Nós rimos.
- Eu apenas concordei que ele não
precisava beber DAQUELE jeito e não que ele não tem direito de ficar bravo. Ele
tem sim, que homem gosta de ver sua mulher conversando com o ex? Que sirva de
lição pra você entender que EU não quero nem sonhar em te ver trocando duas
palavras com ex que eu mato – Olhou serio para ela que caiu na gargalhada e
logo depois o deu um selinho.
- Pode deixar senhor ciumento que eu
não vou chegar nem perto de Ex-namorado – Apertou sua bochecha e voltou a
comer.
Tomamos café ainda discutindo sobre o
assunto. Depois de pegar o remédio e um copo com água segui para o quarto e
deixei na escrivaninha ao lado de Luan, abri as cortinas para a claridade
entrar e ouvi ele resmungar e tapar a cabeça com o travesseiro. Segui para o banheiro
e escovei os dentes. Separei uma roupa para trabalhar e deixei em um canto da
cama. De joelhos subi na cama e comecei a acordar Luan, que com muito custo foi
abrindo os olhos.
- Tem uma escola de samba dentro da
minha cabeça – Resmungou rouco – E minha boca com gosto de cabo de
guarda-chuva.
- Bebe mais que sara - Respondi seca enquanto escolhia um sapato.
- Eita chupou Limão foi? - Perguntou
guiando cada passo meu com o olhar. Não respondi.
- O remédio tá do seu lado e o café
ainda tá na mesa se tiver com fome – Respondi e entrei no banheiro fechando a
porta. Como já havia tomado banho apenas limpei e hidratei o rosto para
adiantar no processo da maquiagem que a equipe fotográfica faria na agência.
Segui para o quarto e Luan não estava mais lá, ouvia uma conversa vinda da
sala. Me troquei ali e peguei minha bolsa e celular. Como Regina ainda não
estava pronta sentei no sofá e fiquei a esperando mexendo em meu celular.
- Vai me dar bom dia não? - Luan
sentou ao meu lado no sofá com um prato cheio de pães e bolo e um copo de café
na mão
- Bom dia – O olhei de canto e voltei
minha atenção ao celular. Percebi ele bufar e voltar a comer conversando com
Guto que estava sentado no outro sofá.
- Vai chover, Carol terminando de se
arrumar primeiro que eu?! Isso é raridade! – Regina deu um beijo em Guto e eu
revirei os olhos pelo comentário – Comportem-se ai meninos. Bora Carol que já
estamos em cima da hora.
Ela despediu-se de seu namorado e eu
nem sequer olhei para o meu, saímos e seguimos em direção da agência. O
comercial seria de um produto de higiene pessoal. Passamos a tarde toda
gravando, iria ao ar na semana seguinte. Estava com uma dor de cabeça horrível
e tudo que eu queria era chegar em casa e relaxar, porém ficamos paradas no
trânsito caótico de São Paulo por quase 2 horas.
- Luan não para de ligar atende de uma
vez e para de birra Caroline – Regina estava estressada já pela demora no
transito e meu telefone não parava de tocar. Respirei Fundo.
- Oi Luan – Atendi com desdém.
- Onde você tá? Tenho que viajar daqui
a pouco.
- Presa no transito – Dava respostas
curtas
- Hum... Que trecho você tá?
- Sei lá, nem sai de Tatuapé ainda.
- Tudo bem, estou te esperando aqui.
Beijos
- Ok. – Eu sei que parece criancice ou
coisa de adolescente mais Luan ter ficado irritado e enchido a cara de bebida
só porque me viu trocando meia dúzia de palavras com meu ex não é atitude de um
homem, e eu havia me chateado sim porque ele poderia ter vindo falar comigo
sobre isso e ter ficado comigo ao invés de me gelar a noite toda evitando que
Leandro se aproximasse. Decidi espantar meus pensamentos assim que a fila
enorme de carros começou a andar. Depois de longas horas chegamos e os dois
estavam um em cada sofá assistindo futebol. Passei por eles e segui pro quarto,
ouvi apenas o casal desejar um boa sorte e senti passos apressados atrás de
mim. Entrei no quarto e quando ia seguir para o banheiro sinto uma mão envolver
meu braço.
- Você não acha que quem deveria estar
bravo aqui sou eu? - Ergueu uma sobrancelha com o semblante sério quando eu me
virei para olhá-lo.
- Solta meu braço – Pedi educadamente
e ele fingiu não me ouvir.
- agora você vai me ouvir – Ele disse
ríspido – Eu só vou falar uma vez, QUERO VOCÊ LONGE DO SEU EX. A partir de hoje
nem um OI! Eu quero ouvir sair de sua boca pra ele você entendeu? - Me olhava
com desaprovação.
- Olha o tom de voz pra falar comigo –
Disse no mesmo tom – e solta o meu braço que você ta machucando – Ele me soltou
e passou as mãos pelos cabelos nervoso.
- Eu fico louco quando eu vejo esse
cara, e você parece que faz pra provocar ficando de conversinha com ele. Depois
de tudo você ainda tem coragem de olhar na cara dele?!
- eu não fiz nada para provocar, foi
ele quem chegou até mim. E se VOCÊ – Apontei meu dedo em seu peito – Não
tivesse me deixado sozinha a noite inteira talvez isso não tivesse acontecido.
E pro seu governo eu não guardo rancor de ninguém, ele me magoou muito sim e
ela ainda tá aqui dentro remoída. Eu não o perdoei e não troquei mais que meias
palavras com ele acredite você ou não. Agora o papelão que você fez de se
embriagar acabando com uma garrafa de whisky sozinho pensando merda da sua
namorada ao invés de chegar e conversar como um HOMEM foi ridículo – Cuspi as palavras em
sua cara e segui até o closet e separei uma roupa de costas pra ele.
- Eu não quero brigar e ficar mal com
você, me desculpa por ontem – Me abraçou por trás e deu um beijo em meu
pescoço, respirei fundo e fechei meus olhos – Desculpa marrentinha – Me virei
para olhá-lo e pude ver em seus olhos que ele apesar de chateado estava
arrependido. Acariciei sua barba ralinha e sorri de canto, ele me abraçou forte
e puxava todo ar inalando meu cheiro. Segurou em minha nuca e puxou meu rosto
para perto do seu iniciando um beijo calmo e aos poucos foi tomando intensidade
e encerramos com selinhos e mordidas. – Eu Amo você minha princesa – Ele dizia
essas palavras tão calmo e sereno que eu sentia que vinha do fundo do peito,
que era verdadeiro e sincero. Porém eu não me sentia pronta para dizer o mesmo.
- Lu... – Ele me interrompeu com um
dedo colado em meus lábios.
- Shiu... eu sei que você não deve
estar pronta pra isso e entendo perfeitamente. Mais eu preciso dizer o que
venho guardando aqui dentro – Pôs a mão em cima de seu peito. – Eu sou
perdidamente apaixonado por você Carol e tenho medo de que você encontre alguém
um dia que possa ser melhor do que eu pra te fazer feliz.
- Porque você está me dizendo isso? -
Podia ver uma certa tristeza em seu olhar.
- Não sei também, eu me senti inseguro
ao ver você conversando com seu ex. E pensei que vocês podem acabar voltando, e ele pode te dar toda atenção do mundo e te levar para onde você quiser enquanto eu sou restrito a muita coisa por conta do trabalho –
Abaixou a cabeça, ergui-a novamente.
- Pois tire essa ideia maluca da
cabeça, nunca mais pense um absurdo desses. Eu quero VOCÊ, somente Você meu
amor. Leandro é um passado morto e sendo enterrado já. Você é o homem que me
faz feliz de verdade, em tão pouco tempo de namoro já me fez mais feliz do que
eu podia imaginar ou já fui na vida. Para com isso! – O beijei e ele sorriu
cabisbaixo. Nos deitamos em minha cama e me aninhei em seu peito com ele me
abraçando apertado e ficamos trocando carinhos e conversando sobre nossas
férias que já estavam aí. Como ficou tarde, Luan desistiu de ir embora e após
tomarmos um banho de banheira e nos amarmos selando por completo nossa paz
decidimos pedir uma pizza e nos juntarmos ao casal na sala que estavam
colocando um filme no DVD e espalhando guloseimas pela sala.
- Pedi pizza pra gente não se
empanturrem com essas coisas – Disse enquanto pegava o pote de jujuba e
devorava uma atrás da outra.
- Olha quem fala polenguinha – Olhou o
pote em minha mão e todos riram.
Começamos a ver o filme e era de
romance fazendo meu namorado reclamar. O filme era baseado no livro de um dos
meus autores preferidos. Um homem de Sorte de Nicholas Sparks.
- Luan para! – Reclamava pela segunda
vez de Luan tapar meus olhos com a mão sempre que aparecia um personagem sem
camisa. Guto e Regina riam de sua implicância.
- Não pode ver essas coisas, só eu te
autorizo a ver sem camisa – Eu ria de sua cara de um falso bravo. Mordia sua
bochecha – Ai dói – Passou a mão onde eu acabara de morder. Pausamos o filme
quando a pizza chegou e eu nem esperei Regina voltar da cozinha com os pratos e
talheres começando a devorar um pedaço.
- Tá amarrada Carol? - Guto tirava
onda com a minha cara - Nunca vi modelo comer tanto assim – Mostrei o dedo do
meio e ele riu.
- Cuida da sua vida linguarudo –
Respondi de boca cheia.
- Depois reclama de mim falar com a
boca cheia – Luan resmungou também com a boca cheia, todos rimos.
- Esses dois se merecem mesmo, um mais
gordo que o outro – Regina sorria enquanto meu namorado me roubava um selinho.
Voltamos a ver o filme após devorarmos
a pizza toda. Depois de ajeitar a sala quando o filme teve fim cada casal
seguiu para seu ninho e eu me aconcheguei ao peito do meu namorado enquanto ele
me dava cafuné e assim eu dormi tranquilamente a noite toda.
Na manhã seguinte após deixarmos Guto
e Luan no aeroporto seguimos para o estúdio onde eu gravaria uma campanha
solidaria. No caminho fomos conversando sobre minha agenda apertadíssima.
- Esse fim de semana viajamos pra
Londres pra fazer umas campanhas solidarias e depois seguimos até a Rússia de
novo e acabamos por lá.
- Pera deixar eu ver se entendi, eu
vou passar o resto do mês fora é isso?
- Não exatamente, no dia 30 estamos
aqui. E só voltamos os trabalhos em janeiro na segunda semana ainda.
- Tudo bem – Respondi desanimada.
- Olha eu sei que é correria,
cansativo e estressante. Mas eu adiantei tudo porque eu preciso de uma folga,
aliás nós precisamos. Guto me convidou para viajar e pra não te deixar sozinha
eu decidi apertar um pouco e aumentar uma semana de folga. Desculpa não ter te
perguntado mais eu pensei que você não se importaria, afinal seu namorado tem
show até a segunda semana de dezembro e suponho que você vá gostar de poder
viajar com ele.
- Não é por isso, entendo que só quer
o melhor e não tem problema você ter feito isso. Mas é que dia 29 nós fazemos um
mês de namoro já e eu queria poder comemorar com ele do jeito que ele gosta –
Sorri timidamente e corei na mesma hora.
- Hummm... então quer dizer que a dona
Caroline anda soltando as asinhas e mostrando o lado safada na cama é?! –
Gargalhou e meu rosto ferveu, ri sem graça.
- Não foi isso que eu quis dizer, eu
disse que ele gosta da gente junto fazendo coisas românticas
- Aham e as coisas românticas inclui
fazer amor – Sorriu matreira a dei um empurrão. Entramos no Estúdio aos risos e
começamos o trabalho. A campanha era linda e por ser sobre um assunto ao qual
eu me interesso muito, não que as outras eu não me importe, mais o câncer em si
é o assunto em que eu movo céus e terras se preciso pra ajudar. E a campanha
era contra o câncer de mama, não somente eu como vários outros artistas estavam
ali para prestar solidariedade a campanha. Quando acabamos estávamos mais que
felizes pela campanha ter ficado incrível e do jeito que queriam. Dali uma
semana seria seu lançamento nas propagandas de TV.
- Que fome eu to – Resmunguei passando
a mão na barriga enquanto entrávamos no elevador de nosso apartamento.
-
Você é gorda só pensa em comer, vai ver ficar uma balofa e Luan não te
querer mais
- Credo, agorenta sai pra lá! – Fiz sinal
da cruz e ela riu. Meu celular começou a tocar – Oi minha fadinha predileta.
- Cunhaaa, que saudades. Você me
abandonou só quer saber do meu irmão – Posso dizer que enxerguei seu bico no
outro lado da linha.
- Carente e manhosa igual ao irmão –
Sorri – Não te abandonei nem irie fazer isso jamais meu amor. Mas a correria tá
grande e nem tempo pra mim to tendo quem dirá seu irmão. Mas me diga o que devo
a honra de sua ligação – Disse abrindo a porta de nosso apê e entrando seguido
de Regina e fui para o quarto.
- Estou em sampa com a Mamuska e vamos
sair para jantar, queria saber se topa ir com a gente – Apesar de cansada
acabei aceitando, seria uma boa sair com minha sogra e minha cunhada num
programa só de mulheres. – Então tá você se importa de nos pegar aqui no hotel
de sempre?
- Claro que não, as 7 estarei ai.
Beijos – Desligamos e corri para o banho. Apesar de ainda ser 4:30 da tarde, o
transito de são Paulo é terrível em horário de pico então teria de sair mais
cedo. Tomei um banho calmo e relaxante. Como meu cabelo já estava alisado por
conta da campanha não mexi nele só ajeitei e me maquiei. Fui para o closet e
depois de tanto procurar encontrei um look bom.
Depois de Pronta peguei minha bolsa e após
avisar Regina segui com meu carro para o hotel onde Bruna estava com sua mãe.
Como previsto o trânsito caótico me prendeu por uma hora no transito, e ainda
cheguei dez minutos atrasada no horário combinado. Assim que cheguei no hotel
liguei para Bruna que logo desceu com sua mãe.
- Pensei que ia me dar o bolo –
Sininho me cumprimentou com dois beijos no rosto e abraço apertado.
- Jamais meu amor, desculpem pelo
atraso mais o transito esse horário é cruel aqui. Oi dona marizete como vai? -
A cumprimentei quando ela entrou no banco traseiro com um abraço meio torto.
Seguimos para o restaurante com Bruna tagarelando sobre a escola de teatro.
Chegamos e Nos sentamos a uma mesa e enquanto nossos pedidos foram atendidos
engatamos uma conversa descontraída e super animada.
- Desde quando vocês estão em são
Paulo?
- Chegamos hoje querida, Amarildo foi
com Luan na viagem pro norte e nordeste do País. E para não ficar sozinha em
Londrina vim com Bruna pra vermos as coisas da casa que iremos comprar aqui,
Luan deve ter te falado né?!
- Falou sim sogra, inclusive ele ta
todo pilhado porque não precisará mais fazer ponte aérea São Paulo- Londrina –
Rimos.
- Você faz tão bem a ele minha
querida, obrigada por trazer uma felicidade a ele que eu não via a tempos –
Passou sua mão pela mesa e segurou a minha carinhosamente, sorrimos
- Não tem que agradecer dona Marizete,
seu filho é um encanto. Na verdade os dois são – Segurei a mão de sininho que
estava ao meu lado – Sou imensamente feliz por ter conhecido os dois. E a
Senhora e seu Amarildo também.
- eu torço pra que vocês se casem e me
deem uma sobrinha logo – Bruna disse fazendo nós rirmos de sua carinha de
criança sapeca.
- Eu também minha filha, mais bem mais
pra frente né Carol ?
- Com toda certeza dona Marizete, quem
sabe daqui uns 5 ou 6 anos ainda – Bruna arregalou os olhos e ia protestar mais
eu apertei sua bochecha a fazendo resmungar. Depois de Jantarmos seguimos para
uma bomboniére onde nos entupimos de petit gateau e depois de deixa-las no
hotel segui para a casa. Abri meu celular após tomar um banho e vestir meu
pijama e haviam mais de 10 ligações de Luan e vários torpedos e mensagens de
voz. Já se passavam da 00:00 por ser em dia de semana geralmente seus shows
começam mais cedo. Mas apenas o mandei uma sms que foi respondida por uma
ligação.
- Só irei te perdoar por não me
atender porque você estava com a minha mãe e minha irmã – Disparou a falar assim
que atendi. Ouvia sua risada gostosa e sorri automaticamente
- (risos) bobo quem te contou que estava com elas? desculpa por não
atender engatamos numa conversa tão animada que eu nem percebi meu celular
vibrar dentro da bolsa.
- Eu conversei agorinha com a minha mãe e ela me disse que vocês saíram pra jantar e se acabaram no petit gateau - Rimos
- Mas como você está meu neném?
- Morrendo de saudades – disse manhoso
– Você me torna dependente de ti
- Exagerado! Você foi embora essa
manhã nem deu pra sentir saudades ainda
- Logico que deu, eu sai direto pra um
turnê doida e só te verei sabe Deus quando – eu me derretia com sua vozinha
manhosa e cheia de dengos.
- Vou te morder se continuar com essa
vozinha dengosa.
- Morde, morde que você eu deixo –
Disse com um ar de safadeza. Passamos boa parte da madrugada conversando e só
encerramos quando o sono invadiu meu corpo e ele cantou uma de suas músicas e
seguido de um eu te amo antes de desligar e eu cair no sono profundo.
A semana
correu cansativa e rápida. Cumpri com todos os meus compromissos e no dia de
nosso um mês de namoro eu estava voltando ao Brasil, apesar de querer muito
estar do lado dele nesse momento nós dois entendemos que seria difícil estarmos
sempre juntos nas épocas que datamos importante para nós por conta de nossos
trabalhos e iriamos aproveitar e comemorar da forma e quando desse. Cheguei da Rússia
no dia trinta de novembro, encerrando ali meu último dia de trabalho no ano.
Segui para casa sozinha pois do aeroporto Regina seguiu direto para Londrina
onde esperaria por Guto na casa de seus pais. Depois de desfazer as malas e
pedi algo para comer assim que cheguei em casa, entrei no banho pois são Paulo
fazia um calor gostoso, coloquei meu tradicional pijama e esperei o entregador
com a pizza. Depois de comer e arrumar a bagunça segui para o quarto e tentei
ligar para Luan, porém só dava fora de área. Passava das 8 da noite e com
certeza ele deveria estar na estrada. Mandei apenas uma sms e dormi vencida
pelo cansaço. Acordei na madrugada com o celular tocando atendi meio zonza e
sorri ao ouvir sua voz doce.
- Desculpa te acordar mozin mais eu
não iria me contentar somente em te mandar uma sms, sei que é horrível quando
te acordam mais eu precisava ouvir sua voz pra ficar mais calmo – Ele disparava
a falar e eu ri.
- Tá Tudo bem meu amor, você pode me
acordar quando quiser que eu não me importo.
- Como foi de viagem princesa?
- Foram as mais cansativas que eu já
tive, mal tive tempo de respirar essa semana. Graças a Deus eu estou de férias
agora e quero poder descansar muito e curtir você e minha família.
- Amei essa parte de você me curtir –
Rimos – e que tal começarmos ela já com você aceitando minha proposta?!
- Que proposta?
- Viajar comigo o resto da minha
turnê, são só mais dez dias e eu também estarei livre sé pra você. Topa?
- amor, dez dias? é muita coisa. Eu
posso metade mais os dez não dá.
- Porque não? Poxa é muito querer passar todos esses dias com seu namorado? - Fez Drama.
- Para de drama amor. Não dá Porque quero passar com a minha família
também, to morrendo de saudades deles e quero poder passar pelo menos
cinco dias com eles.
- Tá tudo bem eu me contento com cinco – Disse triste – Cinco
dias corridos começando por amanhã?
- Pode ser começando por amanhã –
Sorri pela sua manha. Combinamos tudo para o dia seguinte e depois de
conversarmos mais um pouco peguei no sono mais uma vez ouvindo sua doce voz
cantando baixinho para mim.
Domingo amanheceu lindo. Com o sol
batendo na janela do quarto eu me levantei e liguei no aeroporto e por sorte consegui um
voo em cima para a cidade onde Luan estava e após fazer minha higiene e tomar
café comecei a arrumar as malas. Nordeste como era quente coloquei mais roupas
de calor e apenas algumas poucas roupas de frio se caso precisasse. Tomei um
banho após a mala arrumada e me troquei colocando um macaquinho de crochê
branco e uma rasteirinha dourada no pé. Prendi o cabelo num rabo de cavalo e
passei uma make nude. Pedi um táxi e desci com as malas para o portão do
prédio. Assim que entrei no táxi meu celular tocou.
- Oi meu amor
- Oi Môzi, tá vindo já? - Percebia sua
voz de sono, eram ainda 11 da manhã e ele não acostumava estar acordado a essa
hora.
- To indo pro aeroporto amor, meu voo
só sai a uma da tarde.
- Poxa amor, eu pedi pra você vir cedo
– Resmungou
- Mais amor era o único voo que eu
consegui em cima da hora. Vou chegar ai no meio da tarde só porque esse voo
tem escalas.
- Tudo bem então, Vem com Deus e se
cuida ai. Até mais tarde. Beijo na boca – Desliguei e fui o caminho todo
ouvindo música com meu fone no ouvido. Após pagar o taxista e ele me ajudar com
a mala esperei meu voo ser chamado depois do check in e embarquei rumo aos
braços do meu namorado. Após quase 5 horas no avião cheguei ao aeroporto de
Salvador. Liguei para Luan como ele havia pedido assim que eu chegasse e pediu
que esperasse ali que Rober estava indo me buscar. Fiquei na sala de
desembarque esperando e ao meu lado havia uma senhora muito simpática que logo
me reconheceu e começamos a conversar. Nos despedimos com uma foto quando Rober chegou
e seguimos para o carro.
- Desculpa pela demora – Chegou afoito
já pegando as minhas malas e pondo no carro.
- Tudo bem Rober relaxa. – fomos o
caminho todo conversando e ele me contando que Luan nem dormiu desde que eu
havia mandado o torpedo que estava no avião me fazendo sorrir como boba.
- Tem fãs aqui na porta espera eu
tirar as malas do carro e você desce ok?
- Ok – Fiz careta. Odiava essa
história de Rober ou qualquer um da equipe me esconder das fãs do Luan com medo
de que elas me façam algum mal. Descemos e eu acenei para alguns fãs que
chamavam por meu nome e jogavam beijos. – Tá vendo? não sei porque vocês cismam
que elas podem me fazer algum mal.
- Apenas cumpro ordens, Arleyde acha
que é muito pouco tempo pra você se arriscar assim. Elas podem te machucar sim
infelizmente. Podem disfarçar te chamando e quando você chega perto dão o bote.
- Credo você falando até parece que
elas são najas – Discutia com Rober enquanto entravamos no elevador. Ele parou
em frente ao quarto de Luan e bateu na porta comigo atrás dele.
- Tá aberta – Pude ouvir ele gritar de
dentro do quarto. Rober abriu e me deu passagem antes de passar com as malas.
Quando o vi saindo do banheiro com uma toalha na cintura e outra enrolada no
pescoço secando os cabelos não pensei duas vezes e pulei em cima dele que me
segurou forte. Ouvi a porta ser fechada e agora ali naquele cubículo gigante restávamos
apenas eu e ele.
- Que saudades bonequinha – Me apertou
e cheirou meu pescoço
- Muita meu neném – O apertei mais e
nos beijamos carinhosamente. Ainda em seu colo ele nos guiou até a cama e me
deitou caindo sobre mim, sem desconectar nossos olhos ele foi retirando aos
poucos meu macaquinho começando pela alça e distribuindo beijos por todo meu
colo. Massageou um de meus seios enquanto o outro brincava e dava beijos fazendo sair de minha boca um gemido baixinho.
Aos poucos eu estava sem nada que pudesse nos impedir de cometer o ato seguinte
e retirei sua toalha fazendo com que seu membro já super animado
transparecesse. E ali naquela tarde quente nos amamos como sempre fazíamos para
que a saudade fosse embora e deixasse apenas o prazer de nossos corpos se
curtindo. Tomamos um banho relaxante juntos com um ensaboando o outro e nos
arrumamos para jantar e depois seguir para o show. Fiz uma make bem simples e extravaguei
no batom usando um vermelho mate.
Look Show:
Sapato:
Luan estava incrivelmente lindo
vestindo uma camiseta com capuz listrada de preto com cinza e uma calça jeans
clara rasgada e seu coturno marrom. Depois de prontos seguimos para o hall do
hotel onde todos já nos esperavam.
- Vou te levar num restaurante que é o
melhor daqui da cidade e vai provar a fantástica culinária baiana – Disse enquanto
entravamos na van e seguíamos ao tal restaurante. No caminho Roberval ia
reclamando por estar segurando vela junto com guto e desejando sua amada ao lado pra fazer companhia
de vela com ele e não um personal. Nós riamos das caretas que ele fazia quando Luan falava coisas
carinhosas ou me roubava beijos. Jantamos no clima bem tradicional entre eles,
bagunçando. Seguimos para o local do show e como sempre já estava lotado e
todos gritavam por seu nome. Seguimos para o camarim e quando o atendimento
começou estava pronta a ir para o camarim da banda como sempre me levam porém
dessa vez foi diferente.
- A partir de hoje eu quero você do
meu lado esperando o atendimento – Ele disse segurando em minha cintura.
- Luan eu acho melhor ela ir pro
camarim da banda e esperar lá – Sua assessora opinava – Não sabemos a reação
das fãs ainda com vocês dois juntos.
- É por isso mesmo que ela vai ficar
aqui, já faz um mês tempo suficiente pra elas se acostumarem com a ideia –
Respondeu sério. Arleyde suspirou e concordou saindo para o atendimento
começar.
O atendimento foi tranquilo e algumas
fãs chegaram até a pedir foto com nós dois juntos o que fez meu namorado abrir
um sorriso que rasgava o rosto. Depois das fãs foi a vez dos jornalistas
entrarem e eu preferi ficar sentada no sofá que ficava no canto do camarim
quase impossibilitando de me verem.
Uma jornalista morena trajando um
social totalmente colado em uma saia curta e um camisete decotado ao começar a
entrevista pude perceber ela querendo tirar casquinha do meu namorado. O que me
deixou furiosa porém continuei quieta no meu canto e apenas observando. Até que
o sangue me subiu na cabeça e eu pigarreei quando percebi que ela já havia acabado
a entrevista e agora dava em cima do meu namorado descaradamente.
- Quem é ela ? - Perguntou para Luan.
Que sorriu para mim e mexeu nos cabelos nervoso.
- Minha... Minha namorada – Respondeu sem
graça. Permaneci séria e a biscate deu um sorriso mais falso que nota de três
reais.
- Ai Desculpa querida não havia te
visto ai – Sorri forçadamente e continuei olhando para Luan. – Que sorte a sua
ter o coração do fenômeno da música sertaneja – A voz dela era tão irritante
que me doía os ouvidos.
- Pois é querida pena que não é pra
qualquer uma – Sorri forçadamente me aproximando deles.
- Com certeza. Cuida bem viu porque se
bobear perde!
- Pode ficar tranquila queridinha que
eu sei cuidar muito bem do que é MEU – dei ênfase na última palavra e ela
sorriu com desdém antes de se despedir e sair porta a fora. Respirei fundo e
peguei uma garrafa d’agua em um gole só tomando mais da metade.
- Já te disse que você é a marrentinha
mais ciumenta que eu conheço? - Me abraçou por trás e mordeu minha orelha.
- Não enche - Grunhi me soltando de
seus braços e bebendo o resto da água. Ele ria de mim arrumando seu cabelo em
frente ao espelho. Logo a galera chegou para a oração e seguimos para o palco.
- Vem dar beijinho de boa sorte minha
ciumentinha – Fez bico manhoso e o abracei forte dando um soco em seu braço ele
riu reclamando.
- Bom Show amor – Dei um selinho e ele
mordeu meu lábio inferior puxando para si começando um beijo calmo.
- Luan tá na hora – Marcio o avisou e
arrumou os cabos em seu corpo. Após me dar mais um selinho seguiu para o palco
animando a galera. O show foi sensacional com a energia do povo baiano e
arretado. Depois de Luan se secar e trocar a camisa seguimos para o hotel. Pelo
menos eu pensava que iriamos. Entramos em um carro branco onde Luan foi de
motorista e só nós dois ali dentro.
- Vamos pra onde? - Perguntei ao ver a
van ir para um lado e Luan para outro
- Surpresa minha neguinha, mas fica
tranquila que eu tenho certeza que você irá amar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário