segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Capítulo 187

Cheguei à casa de meus sogros e fomos recebidos com Mari e minha mãe na porta abraçando respectivamente seus filhos, nos braços da minha mãe eu chorei derramando toda minha dor em lágrimas. Ainda com Mariana no colo abracei minha sogra também que já pediu a neta no colo e eu cedi, Luan me levou para seu antigo quarto escorada em seu ombro e me fez sentar na cama se ajoelhando a minha frente e limpando Minhas lágrimas.
- Nós temos que ser fortes agora meu amor, não deixar a peteca cair. Nossas princesas precisam da gente.
- Tá doendo tanto Rafa - Funguei - Parece que está faltando um pedaço de mim.
- Eu também estou sentindo essa dor meu amor, eu também sinto que falta alguma coisa. Mas eu To tentando ser forte pra te ajudar, mas sozinho eu não consigo. Eu preciso de você pra conseguir vencer essa prova branquela - Ele me apertou no abraço e ali grudados choramos juntos até o consolo um do outro nos acalmar.
- Mariana tá chorando - Sussurrei ao ouvir seu chorinho se tornando cada vez mais próximo. Olhamos para a porta e minha mãe entrava com ela nos braços chorando cada vez mais.
- Alguém está com fominha e precisa ser trocada. 
- Vou dar de mamar a ela mãe - Estendi o braço para a pegar - Depois troco a fralda.
- Filha a Marizete vai preparar o banho  dela  deixa pra amamentar depois.
- Tudo bem Mãe - A peguei nos braços e fiquei a enchendo de carinhos com o papai babão mexendo em sua mãozinha. Ela cessou o choro e nos olhava curiosa, sorri e encostei nossos narizes. - Meu tesourinho, mamãe ama tanto.
Minha sogra entrou com o canecão de água quente e minha mãe arrumava a banheira no meio do quarto em cima do suporte. Olhei para as duas perdida e elas riram de mim.
- Que eu faço?
- Deixa que a gente dá banho nela e você observa primeiro pode ser?! 
- Pode mãe - Entreguei Mariana no colo de minha mãe e ela a deitou na cama tirando toda sua roupinha e fralda. Eu e Luan apenas assistíamos nossa boneca tomando seu banho. Minha mãe deixou que eu colocasse a fralda e a roupa e foi me explicando. Vestida minha princesa começou a resmungar e chorar de fome. Ajeitei ela em meus braços e a dei de mamar como me ensinaram no hospital. Deixaram que apenas eu e Luan ficássemos no quarto e enquanto Mari mamava eu recebia carinhos do meu marido que admirava a filha.
- Pra nossa família ficar completa só falta nossa outra bebe aqui - Olhei para ele com lágrimas nos olhos já e um nó na garganta.
- Com a fé que temos Deus vai nos trazer ela nos braços logo meu amor, só não perdermos a fé que Tudo vai dar certo e ela vai melhorar.
Mariana acabou de mamar e embalou seu cochilo, Luan a fez arrotar e eu sorria vendo seu jeito protetor porém desajeitado com a filha. Que sorte a minha ter encontrado um homem tão maravilhoso como ele pra ser o pai das Minhas filhas. Ele a colocou na cama com cuidado e encheu de travesseiros em volta para que ela não caísse e eu ri enquanto ele falava. 
- Vou chamar minha mãe pra ficar com ela enquanto a gente toma um banho tá? - Assenti e ele me deu um selinho.
- Eu fico com ela, podem ir tranquilos - Bruna entrou no quarto cheia de sacolas, na certa vindo do shopping. - Vou só passar um álcool em gel na mão e me trocar rapidão - Deu meia volta e saiu do quarto correndo neguei com a cabeça. 
- Vou encher a banheira pra gente enquanto isso - Assenti e ele entrou no banheiro. Bruna entrou no quarto e deixou algumas sacolas no pé da cama e já foi em cima da sobrinha babando.
- Ela é tão linda, aí ami como é bom ser tia - Sorriu acariciando o rosto de Marizinha - Posso petecar?
- Claro que pode tia babona.
- Vou ser a tia mais coruja do mundo, quero mimar muito as duas. E por falar nisso e nossa Nicole como está? Você conseguiu vê-la?!
- Consegui - Suspirei - Foi uma dor tão grande que eu senti quando vi ela toda entubada e na encubadora Bru, eu de mãos atadas sem poder fazer nada nem a pegar no colo. É um vazio tão grande.
- Aí ami vamos ter muita fé que ela vai melhorar, logo ela vai estar aqui com a gente assim como nossa Marizinha. Você precisa ser forte. Você e o Pi já venceram tantos obstáculos tenho certeza que vão juntos vencer mais esse, Deus deu a vocês uma linda família e ninguém jamais vai desatar esse elo lindo de vocês. - Apertou minha mão em forma de conforto e eu enxuguei Minhas lágrimas agradecendo pelas palavras.
- Vamos branquela - Luan com cuidado me ajudou a levantar pelos pontos ainda doerem e me ajudou a tirar a roupa já que não podia fazer movimentos bruscos.
Com todo cuidado do mundo Luan me deu banho, como se eu fosse um cristal que pudesse partir a qualquer momento. Enquanto ele me ensaboava deitei minha cabeça em seu ombro e tentei relaxar sem pensar no avalanche que estava sobre nossas vidas. Demoramos ali e depois de ele me enxugar me deixou sentada na beira da banheira e se enrolou na toalha.
- Rafa eu consigo andar - Segurei sua mão quando ele tentava me pegar no colo. Me olhou triste assentindo - Obrigada por ser o meu alicerce, minha força e principalmente por sempre estar do meu lado. Eu amo você - Acariciei sua barba e ele sorriu beijando a palma de minha mão 
- Toda uma vida eu estarei do seu lado não importa de que maneira, nem como e nem onde. Mas Com Você. Eu te vivo branquela - Colou nossas testas e me tomou num beijo calmo e transbordando amor.
Depois de nos vestirmos voltamos para o quarto e sorrimos ao ver Bruna deitada de lado na cama brincando com a mãozinha de Mariana enquanto ela dormia serena.
- Ela é tão calminha - Olhou de nós a ela. 
- Tomara que permaneça assim - Sorri me aproximando.
-Trouxe muitos presentes pra elas. Abre aí - Apontou as sacolas e me sentei na cama começando a abrir.
Havia alguns vestidos e sapatinhos e  dois bodys em branco com a frase "Xodó da Titia" acompanhava dois sapatinhos também escritos. Luan e eu rimos negando com a cabeça
 - Obrigada titia pelos presentes, tenho certeza que elas vão usar muito.
- De nada Cunha, vou grudar que nem chiclete nas Minhas princesas e sempre que eu estiver na casa de vocês quero elas usando.
- Aí Senhor isso quer dizer que eu vou ter que aturar esse encosto na minha casa direto?! - Luan fez drama olhando para o teto e fazendo careta. Bruna deu um pedala nele.
- Pro seu azar vai e muito. Pode já preparando um quarto de hóspedes só pra mim do lado do quarto das gêmeas - Resmungou autoritária 
- Amooooor - Luan me olhou apavorado e não me contive e ri. - Não, é pecado demais meu Pai - Se jogou na cama com as mãos no rosto.
- Para de drama Rafa - Bati em sua barriga.


Luan Narrando 

Minha mãe entrou no quarto com uma bandeja de café da tarde e Carol fez drama para comer, minha mãe e irmã saíram do quarto de fininho enquanto eu ia convencendo minha mulher a comer aos poucos.
- Come comigo então - Fez bico e não resisti aceitando. Dava um pedaço de torrada pra ela e comia depois. Comemos tudo que minha mãe havia colocado e nem percebemos.
- Que gordos a gente amor - Ri - Comemos tudo e nem percebemos viu só?! - Apertei seu nariz. Olhamos Mariana que dormia do nosso lado e sorri acariciando a bochecha gorda dela. Desci levar a bandeja enquanto Carol se ajeitava ao lado da minha neném e não demorei voltar. Deitei no outro lado da cama deixando Mariana no meio e Carol do outro lado.
- Tenta dormir um pouco minha vida, você precisa descansar - Acariciei seus cabelos e ela me olhou triste.
- Não estou com sono, quero voltar pra lá e ficar com a Nicole.
- Mas não podemos meu amor, temos que esperar o dia virar pra podermos ir. Vamos descansar um pouco e assim a hora passa mais rápido - Ela assentiu e eu me curvei selando nossos lábios. Fiquei acariciando os cabelos dela até que ela fosse embalada em um sono. Acabei cochilando um pouco, acordei assustado com o choro da Carol sentando na cama e olhando pra todos os lados atordoada.
- Que foi?! 
- A Minha fil... - Antes que ela pudesse terminar a frase minha sogra entrou com Mariana nos braços e olhou assustada pra filha que agora respirava com alívio.
- Me dá ela mãe - Esticou os braços e a pegou que resmungava.
- Marizete pegou ela do meio de vocês com medo de vocês a machucarem filha - Sentou do lado de Carol e alisou seus cabelos 
- Levei um susto quando acordei e ela não tava do nosso lado mãe - Apertou Mari no colo.
- Ela dormiu até agora no Moisés com a gente na sala, agora que ela acordou e acho que tá cheia a fralda.
- Vou trocar mãe,obrigada - Sua mãe deu um beijo na testa dela e apertou minha mão saindo do quarto. Levantei e peguei a bolsa da bebe e coloquei na cama a vendo tirar sua roupinha. Me sentei perto e comecei a brincar com a mãozinha dela que me olhava curiosa.
- Ela vai ser bem loira como você, e com esses olhos feito piscina vou é ter cabelo branco rápido com as duas.- Carol riu - Vão andar com segurança vinte e quatro horas e aí de algum marmanjo ousar encostar nelas.
- Vão te dobrar facilzinho amor, torça pra que elas sejam calminhas. Porque se elas forem agitadas você nem o Brasil segura - A olhei sério e ela riu 
- Mando as duas pro convento fica vendo só - Ela riu negando terminando de trocar nossa princesa que olhava curiosa pra mim.
- Oi princesa do papai, você e sua irmã que nem ousem chegar perto dos marmanjo que eu ranco o órgão reprodutor deles na unha ouviu?
- Para de falar essas coisas - Carol me deu um tapa - Elas mal nasceram e você já tá de graça. 
- Preparando o psicológico delas já ué - Rimos
- Oi posso entrar?! - Meu pai bateu na porta e colocou a cabeça só para dentro.
- Claro pai entra aí.
- Vim trazer o Moisés dessa gatinha aí - trazia o móvel pesado na mão e eu levantei para o ajudar - Olha Carol comprei o mais confortável e com o design mais feminino possível, espero que esteja do seu agrado.
- É lindo sogro muito obrigada. Quero que me passe a nota depois para acertar.
- Os dois são presentes do avô do ano minha nora - Piscou pra ela - vou buscar o outro. 
- Aí sogro muito obrigada, To vendo que elas vão ser mimadas até o último né - Riu 
- Com certeza, as únicas bebês da família vamos paparicar muito. 
-Vamos lá pai vou te ajudar com o outro - Ele assentiu e saiu na frente - Volto já meus amores - Joguei beijo pras duas e sai.
- Força filho, o primeiro eu levei sozinho. Tá fraco hein?! - Meu pai me zoava enquanto subíamos a escada com o moisés.
- Porra pai isso aqui é um chumbo, como cê conseguiu levar sozinho? - Já soava igual camelo.
- Você é mole demais Luan, levei facinho.
-Mentira, eu e a Sandra ajudamos ele a subir - Minha mãe gritava de baixo e eu cai na gargalhada da cara do meu pai.
- Pô Marizete você precisava me entregar? - Riamos sem parar da graça dele, é parece que eles estavam conseguindo descontrair apesar dos acontecimentos.
Entramos no quarto e Carol estava deitada com Mari na cama e fazia carinho nos cabelos ralos de nossa filha. Colocamos o moisés junto ao outro alinhando bem e meu pai depois de beijar a testa da neta saiu do quarto.
- Vamos colocar ela no moisés meu amor?! - Ela assentiu e se endireitou na cama pra pegar Mariana nos braços e a arrumou em sua nova "cama" provisória. - Vamos descer comer alguma coisa?
- Não quero deixar ela aqui, vai lá você e come depois eu desço se me der fome.
- Não, vamos descer juntos e comer na mesa. Chamo minha irmã e ela vem aqui olhar nossa princesa.
- Não precisa incomodar ninguém amor, vai lá você comer com eles e depois eu desço.
- Teimosa - Beijei sua testa - Vou descer então que eu já to varado de fome. Trago comida aqui pra você depois então.
- Tá.
Desci e minha sogra colocava a mesa e minha mãe terminava algo no fogão.
- Vai demorar esse rango ai mamusca? To morrendo aqui de fome.
- Quase pronto filho, mais cinco minutos. Carol vai descer pra comer?
- Não vou subir levar pra ela depois, ela não quer desgrudar da Maryana - Suspirei.
- Alguém pode subir e ficar com a bebe enquanto vocês comem, ela precisa sair do quarto e andar um pouco.
- Eu subo irmão e fico com a bebe. - Bruna se ofereceu.
- Eu falei isso pra ela mais ela não quer Bru
- Deixa comigo - Piscou saindo da cozinha.
- E você meu genro como esta? - Minha sogra sentou ao meu lado no balcão e tocou minhas costas.
- To tentando ser forte por ela sogra, mas da um nó só de pensar que nosso pinguinho de gente tá lá naquele hospital rodeada de aparelhos e lutando pela vida, enquanto não podemos fazer nada para ajudar.
- O que vocês podem fazer é ser fortes o bastante pra enfrentar essa barra e mostrar para a Nicole que estão do lado dela mesmo que ela não entenda. Ela sente o amor, se ela sentir o quanto os pais a amam isso pode ajudar na luta pela vida. Logo ela estará nos braços de vocês, não podemos perder a fé meu genro.
- Nós a amamos muito já desde o momento em que a vimos hoje pela primeira vez, E se Deus quiser ela vai vencer essa luta - Abracei minha sogra agradecendo pela força e logo Carol entrou na cozinha sorrindo pequeno. Nos sentamos a mesa e logo depois da oração de minha mãe começamos a comer.
Caroline mal tocava na comida e parecia que estava sendo um sacrifício comer o pouco que havia em seu prato. Ela brincava com o prato e parecia ter o pensamento longe. Beijei seu rosto e ela me olhou sem mostrar os dentes dando sorriso.
- Come amor, você precisa ter força pra amamentar nossas princesas - Suspirei.
- Não estou com fome, quero dormir logo para que o tempo passe e eu possa voltar para o hospital ver minha bebe.
- Vai passar meu amor. Vai passar rapidinho, mas agora come um pouco ou amanha não te deixarei ir pro hospital.
- Tá.


(...)

Chegamos ao hospital o dia ainda amanhecia, céu ensolarado querendo dar espaço aos pequenos raios de sol. Fomos liberados pela recepcionista para entrarmos na UTI onde nossa pequena estava e o coração já apertou somente ao passarmos pela porta e já encontrá-la apenas de fralda e rodeada de aparelhos num berço de acrílico todo fechado com somente as laterais com dois buracos que mal cabia nossas mãos. Carol sentou em uma cadeira ao lado dela e brincava com sua mãozinha enquanto conversava. Percebia que tanto eu quanto ela segurávamos o choro. 
- Dona Carol a senhora pode me acompanhar um instante? Dr Rayane te espera aqui fora - Carol me olhou nervosa e eu assenti pra ela em sinal de que poderia acompanhá-la e ela se levantou meio perdida e saiu com a enfermeira.
Fiquei sentado velando minha princesa que dormia e pedindo a Deus que ela melhore logo e possamos a levar para casa junto à sua irmãzinha.
Carol demorou a voltar e quando o fez estava junto a médica e a enfermeira. Cumprimentei Rayane e ela me disse que havia sequestrado minha mulher apenas para lhe explicar que a nossa pequena tomaria do próprio leite da mãe e não do banco de leites do hospital. Infelizmente ainda seria esgotado o leite de Carol e Nicole receberia por sonda, entristecendo ainda mais minha mulher.
Passamos o dia no hospital, tentei levar Carol para comer mas nada a fazia sair de perto da nossa bebe. Liguei para minha casa saber de nossa outra bebe e minha mãe estava nervosa porque nada fazia Mariana pegar na mamadeira o leite que Carol havia esgotado o suficiente até  voltarmos para casa. Desliguei e comentei a Carol que ficou desesperada nos fazendo seguir para a casa correndo.
Chegamos a casa de meus pais e já na porta podíamos ouvir o choro de Mariana, Carol entrou depressa e eu logo atrás. Bruna tentava acalmar Marizinha a balançando de um lado a outro.
- Bru a gente não pode pegar ela sem tomar banho antes, aguenta só mais 5 minutos? - Ela assentiu para Carol que depressa subiu e eu fui atrás, tomei um banho com ela que saiu antes para amamentar Mariana.
Quando acabei de me vestir desci as escadas e percebi que tínhamos visita.
- Fala boi - Cumprimentei Rober e depois Tati logo pegando meu afilhado no colo que brincava no chão.
- Ela é sua cara Luan, parabéns.
- Valeu Tati. Aqui a reprodução é foda - Todos riram.
- Tenho que concordar que ela é sua cara boi, só que bonita - Rober não podia deixar passar a zoacão.
- Boi já te mandaram tomar...
- Não termina - Carol me olhou repreendida
- Cerveja hoje?! - Terminei a frase é todos riram, levantei com ele e fomos pro jardim tomar um terás enquanto as mulheres conversavam na sala.

Carol Narrando

Rober e Tati ficaram para jantar conosco a pedido de minha sogra que de tão bem que se dava com a minha mãe  dividiam os dotes culinários e eu me alegrava ao saber que não teria problemas com rivalidades possíveis entre mães. Tati tentava me trazer forças e palavras de consolo. Ela e Bruna disputavam Mariana no colo e eu só observava sorrindo agraciada por saber que tinha pessoas tão maravilhosas e iluminadas em minha vida.
Quando minha sogra chamou para jantarmos aí que a festa começou, Rober e Luan faziam gracinhas na mesa e todos sem exceção caiam na risada.
Mariana estava no carrinho de Enzo que já não usava mais e Tati disponibilizou até que conseguíssemos trazer as coisas de nossa casa.
- Tá tão ruim a comida assim filha? Fizemos com tanto carinho pra você.
- Tá uma delicia sim Mãe, mas não estou com fome - Ela havia feito sopa de fuba com couve e frango é realmente estava uma delicia, mas não descia.
- Precisa se alimentar bem minha filha pra conseguir amamentar bem as bebês- Minha sogra acariciou minha mão me passando carinho.
- Vou dar na boquinha meu bem - Luan pegou a colher ameaçando dar em minha boca e eu neguei. - Come do meu então - Pegou seu garfo e sua mãe o repreendeu. - Que foi? Cêis tavam agora falando que ela tem que comer - Fez cara de paisagem 
- Ela está de dieta filho, tem que comer coisa leve porque tudo que ela come vai pras bebês através da amamentação e da cólica nelas.
- Ah! - Me olhou e beijou minha testa - Se esforça pra comer só isso que tá no prato, é pouco. Pelas nossas filhas. - Assenti e comi empurrada.
Rober e Tati logo se despediram e eu subi com Luan e Mariana que estava em seu colo. Tomei um banho enquanto Luan ninava ela e quando voltei ao quarto sorri vendo o cuidado que ele tinha em colocar ela no Moisés. Se Deitou na cama e me chamou com as mãos para deitar em seu peito, assim sentindo seu carinho eu adormeci acordando nas madrugadas para ver minha pequena e às vezes a amamentar. 
E novamente na manhã seguinte após amamentar bem Mariana e esgotar o leite que ela precisaria eu a deixei com as Avós e seguimos para o hospital, minha sogra me ligava sempre dizendo que Mariana não pegava sua xuquinha de forma alguma e eu sempre acabava saindo do hospital às pressas para poder a amamentar. Sentia muito não poder ficar muito no hospital e aquilo acabava comigo. 
- Posso entrar? - Minha mãe bateu na porta enquanto eu trocava Mari para poder a amamentar.
- Claro mãe - Sorri pra ela.
- Cadê o Luan?!
- Tomando banho, vai pro escritório.
- É essa boneca de Bázinha? - Brincava com sua mãozinha. - Ela é tão calminha filha, nem parece que tem criança aqui. Eu e Marizete ficamos em cima pra ver se tá respirando, tá dormindo ou acordada. Porque ela só chora quando tá com fome.
- Ela é bem calma mesmo, eu era assim quando bebe?
- Igualzinha. Seu pai ficava em cima de você também pra ver se tava respirando, grudava o dia todo e não deixava ninguém chegar perto. - Ri.
- Será que ele estaria feliz de saber que eu cresci e agora já sou até mãe?! - Falei com lágrimas nos olhos.
- Esteja ele onde estiver eu tenho certeza que está orgulhoso e extremamente feliz por você meu amor. 
- Sinto demais a falta dele mãe
- Eu também meu amor, muito. 
- Oi sogrinha - Luan chegou beijando o rosto de minha mãe e sentando a seu lado abraçando ela 
- Meu Deus como é cheiroso esse homem. Se você não fosse meu genro viu ?! - Minha mãe brincou e eu fingi estar brava.
- Se eu não amasse tanto sua filha eu trocaria facinho pela senhora viu sogra? A Senhora é uma coroa bem enxuta - Disse a última frase se levantando rasteiro sabendo do tapa que levaria e rimos dos dois.
- To indo lá e volto logo tá?! - Selou meus lábios e depois beijou a testa de Mariana e de minha mãe - Até mais tarde sogrinha - Saiu fechando a porta e minha mãe continuou ali comigo enquanto Mariana fominha sugava do leite em meu peito.

Luan Narrando

- Olha não adianta se estressar agora, sei que o que você e Carol estão passando não deva estar sendo fácil, mas infelizmente foi tudo muito rápido e inesperado o que aconteceu e você tem que cumprir com o contrato Luan. O valor da quebra  é muito alto.
- To pouco me importando pelo valor Arleyde, paga o que eles pedirem mas cancela todos os shows sem previsão de remarcar. Eu não vou cumprir com nada até minha filha sair daquele hospital - Passei a mão pelo cabelo nervoso.
- Luan eu to tentando mas a maioria não quer o dinheiro de volta.Eles querem o show, Pensa na revolta das suas fãs que esperam por você a meses também?
- As verdadeiras fãs irão entender o que eu estou passando - Retruquei nervoso. - Agora quanto aos contratantes que se explodam, eu não to em condições de trabalhar e se for preciso eu darei uma nota sobre meu afastamento.
- Ah vão entender?! Elas ao menos sabem da sua boca o que anda acontecendo? Porque você não deu nota sobre o nascimento das gêmeas, elas sabem o que as revistas de fofocas comentam nas redes só.Eu estou tentando fazer o possível pra conseguir contornar, mas se isso acontecer vai sujar pra você futuramente.
- Eu não to nem ai pro futuro agora, vou postar uma nota no Twitter e depois uma foto da Maryana se a Carol permitir no instagram para minhas fãs apenas e o resto você vê com meu pai o que faz, eu so quero agora cuidar da minha família.
- Faça isso e quanto aos contratos vou ver o que podemos fazer - Se aproximou de onde estava sentado e pegou minha mão - Tudo vai se resolver, Deus sabe de todas as coisas e não nos dá um fardo maior que possamos carregar. Nicole logo vai estar nos braços de vocês - Sorri fraco em agradecimento e apertei sua mão. Ela saiu me deixando apenas com meu secretário e com ele eu pude soltar tudo que estava engasgado, o choro que eu prendia desde que tudo aconteceu para que pudesse dar forças a minha mulher veio a tona no momento em que ele abriu sua boca para me dar palavras de consolo.
Sai do escritório atordoado, no caminho de volta para casa passei em frente a uma matriz e decidi entrar ao constatar que apesar de aberta não havia quase ninguém ali, apenas uma meia dúzia de pessoas que rezavam ajoelhados. Entrei na capela onde ficava a minha padroeira e me ajoelhei diante dela pedindo que toda essa turbulência em nossas vidas passasse  logo e que Nicole pudesse estar em nossos braços assim como Mariana. E após agradecer pela vida das Minhas princesas eu fiz a minha promessa a padroeira e com a fé que ela irá se cumprir eu deixei aquela igreja seguindo para o carro.
Procurei por meu celular e no painel do carro eu encontrei vendo o tanto de ligação e mensagens que haviam nele. 
- Oi Pai aconteceu alguma coisa? - Perguntei preocupado já que ele havia me ligado mais de dez vezes, pensei na hora em Carol e Minhas filhas.
-Porque saiu do escritório sem me esperar? Onde você está? Cheguei em casa tem tempo e nada de você aparecer.
- Sai pra dar uma volta mas já To indo.
- Como assim uma volta? Vem pra casa filho, estamos todos preocupados.
- Você... Não falou nada para a Carol me pai?!
- Falei, ela perguntou de você e onde estava que nem eu sabia! - Fechei os olhos e deitei a cabeça no volante, ela não precisava se preocupar mais.
- Avisa que eu já To chegando e tá tudo bem, só sai pra tomar um ar.
- Tudo bem filho vem com cuidado.
- Até  mais pai - Desliguei e segui caminho para casa, cheguei e minha mãe e sogra estavam no sofá com Mariana que estalou os olhos assim que cheguei perto de minha mãe que a tinha no colo.
- Filho porque não avisou que não viria para casa direto? Ficamos preocupados de algo ter acontecido
- Só parei em uma capela pra rezar mamusca tá tudo bem. Cade minha mulher?
- Tá tomando banho.
- Vou subir lá então - Beijei a testa da minha filha e subi correndo as escadas.
Entrei no quarto e segui para o banheiro, abri a porta e ela me olhou triste enquanto eu me despia para entrar com ela. Seus olhos marejaram assim que eu me aproximei dela.
- Porque você sumiu assim?! - Sussurrou e lágrimas começaram a rolar por seu rosto.
- Não sumi, só queria dar uma volta e espairecer - A abracei beijando o topo de sua cabeça.
- Não faz mais isso por favor?! - Me apertou e chorava mais.
- Shiii! Desculpa prometo não fazer mais isso tá? Agora se acalma e vamos tomar banho e passar a noite grudadinhos com a nossa neném tá?! - Terminamos de nos vestir e voltamos para o quarto onde minha mãe trocava Mariana.
- Pronto papais, nossa princesa esta de banho tomado e fralda trocada, agora é só mamar e nanar - Beijou o rosto dela antes de entregar nos braços de Carol. - Vou terminar o jantar com a Sandra e trago sua sopa Carol.
- Obrigada Sogra - Minha mãe saiu e nós nos sentamos na cama, enquanto minha princesa mamava eu admirava ela acariciando seus cabelos lisos e loiros.

Carol Narrando

Depois de amamentar Mariana e a colocar no moisés, minha sogra trouxe uma sopa para mim e mesmo sem fome me pus a comer tudo. Luan desceu para buscar seu prato e jantou comigo ali no quarto, me olhava cuidadoso enquanto me ajeitava na cama depois de comermos e eu escovar os dentes.
- Que foi - Perguntei.
- Nada.
- Porque está me olhando assim então?
- To admirando minha mulher não posso? - Arqueou apenas uma sobrancelha e eu sorri de lado. Selou meus lábios e se deitou ao meu lado me puxando para o seu peito. - Vamos descansar?
- Estou sem sono - Fiz careta esticando o pescoço para o olhar. - Como foi no escritório?
- Foi bem estressante, mas está tudo sobre controle branquela - Desviou o olhar e eu sabia que não era verdade.
- Te conheço, desembucha - Insisti e ele logo se rendeu.
- Alguns contratantes não quiseram entender e querem a todo custo que eu faça o show. Mas Arleyde vai pagar a quebra de contrato.
- Moreno cumpre pelo menos esses shows que já estavam certos e os outros você cancela para não ter problemas.
- Não vou branquela, eu já decidi que só vou voltar aos poucos depois que tudo estiver bem. Eu não tenho condições de fazer show.
- Pode ser bom pra você amor, nós vamos ficar bem.Eu sempre entendi seu trabalho e agora não será diferente.
- Caramba Caroline já disse que eu não vou para de insistir - Se levantou irritado e saiu pela porta do quarto me deixando assustada com sua atitude.
Dormi pensando no porque dele ter ficado  tão esquentado dessa forma, acordei ouvindo um chorinho agudo e sentei na cama brigando com o sono. Vi Luan com Mariana no colo e tentava a controlar balançando de um lado a outro, me olhou apavorado e eu fiz sinal com a mão para que me desse ela.
- Eu tenho o que ela quer agora - Coloquei ela em meu seio e ela sugou com força e rápido. Luan sentou de frente para mim e acariciou meu rosto arrumando os fios de cabelo que caiam sobre ele.
- Desculpa - Sussurrou e pousei o indicador em seus lábios.
- Já passou, esquece.
- Mesmo assim, desculpa. Eu extrapolei no nervosismo.
- Eu te compreendo meu amor, não estou melhor que você. Sei o quanto ta doendo, mas nós prometemos um ao outro que iriamos nos manter forte por elas não é?! Eu consigo passar por esse abismo se você estiver do outro lado segurando a minha mão.
- Eu sempre vou estar do seu lado em qualquer momento. Seja ele bom ou ruim. Na saúde e na doença, na alegria e na tristeza lembra? - Assenti e ele colou nossas testas - Eu vivo você - Selou nossos lábios e quando Mariana acabou de mamar ele a fez arrotar e colocou com cuidado ela em sua caminha de lado e se deitou ao meu lado me abraçando por trás assim dormindo.

(...)

Chegamos ao hospital como sempre antes de amanhecer e da mesma forma pelo estacionamento para evitar os inúmeros jornalistas que acampavam em frente ao hospital. A repercussão que tomou o nascimento das gêmeas e a internação de Nicole estava dando grande trabalho a Regina e Arleyde.
Luan deu uma nota em sua rede social para que as fãs ficassem por dentro e por autorização minha ele postou uma foto tirada antes de sairmos.

   "Aprendi a acreditar nos planos que Deus tem para minha vida, mesmo sofrendo com os percalços.Antes do tempo previsto,minha mulher entrou em trabalho de parto e nossas princesas vieram conhecer o mundo. Sabemos que a prematuridade exige um cuidado mais especial e não fugimos dessa regra. Uma de nossas princesas, Mariana já está em nossos braços, recebendo todo amor e carinho dos pais e família. O que infelizmente não aconteceu de imediato com Nicole. Nossa segunda princesa ainda luta como uma guerreira que é pela vida. Não esta sendo fácil tanto para nós como para ela, mas contamos com a compreensão, apoio e oração de todos. Desejamos que toda essa tempestade passe e de lugar aos lindos raios de sol para que nossa vida possa voltar a brilhar."

Ele havia me mostrado e eu agradeci por não expor totalmente nosso sofrimento, passamos o dia todo ao lado de Nicole no hospital sempre ligando para a casa de seus pais saber de Mariana. A manhã passou lentamente, Nicole dormia por sobre os tubos que a mantinham ali lutando pela vida e meu coração diminuía a cada minuto, quando ela abriu os olhinhos azuis e se encontraram com os meus que me mantinha ao lado da encubadora pude sorrir enquanto lágrimas escorriam de meus olhos. Meu peito se transbordava de angustia e ao ver seus olhinhos demonstrando o quanto ela estava lutando para sobreviver e conhecer o melhor que a vida pode dar. Fechei meus olhos ainda segurando a mão do meu anjinho e pedi aos Céus que me trouxesse elas nos braços logo e que todo esse sofrimento que ela e nós sentimos nesse momento passasse logo.
Nosso sofrimento durou por mais três longas semanas, passando o dia no hospital revezando com idas até a casa de meus sogros para cuidar de Mariana também, até em determinado momento enquanto amamentava Mariana Luan recebia um telefonema que fez com que meu coração fizesse um giro de 360 graus, num piscar de olhos todos os meus sentidos se esvaírem.










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Eita que a coisa foi séria. Que houve com essa ligação? Quem foi e o motivo? Comentem o que vocês acham que vai acontecer no próximo Capitulo babadaçoooo.

"Um mês sem postar. Muito tempo eu sei, e sei também que vocês não são obrigadas a esperar tudo isso, porém quem está no grupo da fanfic no Whatsapp sabe do que eu andei passando e procurou me entender, agradeço de coração a paciência que tiveram e a força também. Peço perdão no geral a todas as leitoras pela demora e que tenham gostado do capitulo. Postei o maior capitulo que eu consegui para compensar o minimo possível do tempo que fiquei sem postar. Não sei quando terá o próximo e por isso não prometo uma data, mas aviso que assim que meu problema for diagnosticado e meu tratamento iniciado eu volto. Espero que me compreendam de coração e que comentem o maior numero que puderem, assim que possível eu voltarei. Amo vocês <3 E até breve."